Se eu pudesse entender... (por George)

Se eu pudesse entender... (por George)

Quando Fernando chegou a minha casa, ele estava eufórico. Tocou a campanhinha três vezes e ainda gritou...

“George! George! Vamos desça logo... Tenho novidades!”

O atendi ainda com a roupa do serviço, acabara de chegar do mesmo.

Antes que pudesse dizer qualquer palavra, Fernando foi logo fazendo o convite.

“Vamos jogar umas fichas e beber algumas cervejas, tenho até algumas latas que sobraram de hoje, podemos ir bebendo no caminho...”.

Fernando dividia latas de cerveja com o motorista do ônibus, mas hoje o motorista estava doente e não bebeu. No caminho conversamos sobre suas novas idéias, ele queria abrir um negócio, gerar mais renda... Seriam planos em longo prazo, mas a conversa se estendeu mesmo quando entramos no assunto da moça a quem conhecera. Fernando trabalhava a dois anos fazendo manutenção de gasodutos e oleodutos em uma cidade vizinha, e por algum motivo ainda não tinha visto aquela moça, talvez pudesse ser uma nova funcionaria, mas ele jurava não ser. Pois ele dizia conhecer bem quem era novo ou não. Nunca conversamos muito sobre seu trabalho, quanto a isto Fernando era meio fechado. Tínhamos uma ligação forte pela musica e pelo alcoolismo, e nossas conversas resumiam-se a estas coisas (não somente), mas esta noite conversaríamos mais sobre a moça do que qualquer outra coisa... Ele a descreveu, eu escutei um pouco apático, mas um tanto quanto interessado...

O que me interessava mesmo eram as cervejas. Fernando gostava muito de uísque, mas bebia cerveja também. Alias o que não bebíamos?

Enquanto jogávamos sinuca e conversa fora, mais de nossos amigos boêmios chega... Era Gustavo. Não podíamos dizer que Gustavo era uma pessoa muito culta, não lia livros nem escutava boa musica, mas era uma boa pessoa, tinha o coração maior que o mundo, e tinha uma felicidade contagiante...

A primeira coisa que Fernando falou foi sobre a moça que conhecera em seu trabalho...

Eu vi empolgação nos seus comentários, mas ele sempre fora assim, o exagero fazia parte de sua vida, em tudo, na bebida, cigarro, felicidade, tristeza, e no amor... Principalmente no amor! Os dois ficaram conversando, enquanto eu bebia calado... Eu não me interessava por estas coisas. Os dois se entenderiam melhor sem minha presença na conversa

“Gustavo, você ao menos tinha que vê-la... Uma beldade! Não acredito que nunca tinha a visto por lá...”.

“Você se entusiasma com toda moça que conhece, já o vejo daqui alguns dias dizendo a mesma coisa por outra... Ao menos sabe o nome dela?”

“Claro que sei! A primeira coisa que fiz foi me aproximar e fitar seu crachá... Chama-se Brunna. Não conversamos muito, mas parece-me uma boa pessoa...”.

A noite acabou logo, junto com a cerveja, e o sono nos consumia acompanhado de uma leve embriagueis... A conversa me rendeu um pensamento atordoante...

“O amor é algo inconfundível, mas não o entendo, deixo isto ao meu amigo Fernando. Todas as suas conquistas são dignas de um cavalheiro. Poemas sussurrados, flores, e outras coisas deste tipo, misturadas a elementos com um teor “picante”, elementos que faziam parte de suas conquistas, estas mesmas as quais nunca o vi carregar nada, admirava a forma como saía de um romance, sem abalar-se. Algo que nunca consegui fazer...”.

2 comentários:

Anônimo disse...

hj o post foi mais perfeito q nunca... *-*
Buh

Mariana disse...

Ah, que bom que você foi que foi e criou seu blog! Tem sua marca em tudo: tanto no conteúdo quanto na aparência. Muito bom mesmo! Adicione MAIS cores à... ! ^^

Mariana.

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