E então... Quando começam os aplausos?
Que aplausos, os aplausos da vida?
Será que nos damos conta de quando a vida começa ou termina?
“Quem tem razão ao terminar a historia?”
“E se ela nunca termina?!”

Nas historias de minha vida, existiam personagens fantásticos e exuberantes, com sorrisos lindos e trajetórias impressionantes, nem todos me agradaram, em algumas das historias existiam regras, coisas que eu não consigo expressar em palavras... Era tudo muito linear. Era como se eu pudesse prever os passos das pessoas, que insistiam em tomar os mesmos caminhos... Eram previsíveis, e muitas vezes quase redundantes. Mas nem todas as pessoas que conheci eram assim, existiram pessoas realmente interessantes, que me chamaram a atenção, uma delas foi um jovem apaixonado. Confesso que me atormenta pensar neste amor inconfundível, e de tanto convívio, aprendi a amar da mesma forma... Um amor puro e sem restrições, capaz de mover barreiras que jamais pensei ser capaz. Meu fascínio foi tanto, que resolvi registrar cada momento vivido por este jovem... Quando o conheci não havia nada que me prendesse a atenção, um jovem qualquer, como eu, que vivia nas noites, na boemia. As noites eram badaladas, tudo que gostávamos estava ao nosso alcance, freqüentávamos lugares que hoje, talvez nem passássemos em frente. Diferente disto; vi o meu jovem amigo crescer entre estes mesmos... E foi nestes lugares que o amor deste jovem foi cultivado...

Como pode ser linda assim? Perfeita...
É como uma sinfonia, tudo em seu lugar, um diamante lapidado, esculpido com firmeza.
Eu a vejo como a mulher mais linda do mundo. Pena não ser minha!

Frases inconfundíveis, ditas quase como sussurros, com o olhar mirando o nada, acompanhado de um trago no copo de uísque pela metade e em um cigarro torto, nos olhos o cansaço estampado de quem bebera demais para uma noite. Assim o víamos constantemente, o rapaz magro e baixo, de cabelos claros que muitas vezes lhe tapavam os olhos verdes, sempre com suas vestimentas, nada apropriadas para as ocasiões, coisa que não o incomodava. Quase nada em si incomodava. A não ser pelo cabelo... Estranhamente odiava a forma que seu cabelo crescia. Talvez seja algo que nunca entenderei. Ocupava-se muito mais com outras pessoas. Chegava ser engraçado a forma como eram elaborados seus comentários maldosos. O que me impressionava era sua atenção, sabia dizer todos os detalhes de algum assunto que rodava a mesa. Mostrava-se muito inteligente, mas muito preso as suas ideologias, e por isso acabava por se enfiar em brigas despropositais, cultivava amizades com facilidade, mas as perdia da mesma forma, mas existiam os que sempre estiveram ao seu lado. Era uma pessoa de difícil entendimento, mas muito interessante. Trazia consigo uma felicidade contagiante, nunca entendi como conseguia mudar de humor com tanta rapidez, até onde o conheci, não era uma pessoa com todas as razões pra sorrir, mas nunca o vi um dia inteiro de mau humor...